"Escale as montanhas e descubra o que pode aprender delas. A paz da natureza penetrará em você assim como a luz do sol penetra nas árvores. Os ventos soprarão em você seu frescor e poderá sentir a energia das tempestades; as preocupações irão embora, assim como as folhas de outono." - John Muir, escritor e naturalista americano.


As nascentes dos maiores rios e as fontes que fornecem água para a maioria dos reservatórios encontram-se nas montanhas. Praticamente toda a água do extraordinário rio Colorado e do rio Grande, na América do Norte, vem das montanhas Rochosas. Cerca da metade da população mundial vive no sul e no leste da Ásia, e a maioria dessas pessoas depende das chuvas que caem nas enormes cadeias de montanhas das regiões do Himalaia, do Karakoram, de Pamir e do Tibete.
Em muitos países, as montanhas retêm a neve do inverno, liberando lentamente sua umidade vital durante a primavera e o verão. Nas regiões secas do mundo, a irrigação geralmente depende da água proveniente da neve derretida nas montanhas distantes. Muitas montanhas têm encostas cobertas de florestas que absorvem a água da chuva como se fossem uma esponja, fazendo-a correr suavemente montanha abaixo em direção aos rios, em vez de causar enxurradas devastadoras.

As montanhas também conservam a beleza natural. Nelas podem ser encontradas deslumbrantes cataratas, belos lagos e grande parte dos cenários mais impressionantes do mundo. E são os lugares mais procurados pelos turistas.
Até mesmo parques nacionais distantes recebem milhões de visitantes de todas as partes do mundo. As pessoas atravessam o planeta a fim de visitar o Parque Nacional Denali, no Alasca, para ver o Monte McKinley, a montanha mais alta da América do Norte. Muitos visitam o vale da Grande Fenda para se maravilhar com os imponentes montes Kilimanjaro e Meru, ou para observar as enormes manadas de animais selvagens que vivem entre esses dois picos majestosos.


Já experimentou a sensação estimulante de inalar o fresco e revigorante ar das montanhas? A baixa temperatura do ar é um fator que explica essa sensação. Mas, quando não há cidades nas proximidades, o ar das montanhas também pode ser mais límpido e mais puro. Em cada centímetro cúbico de ar, a 2.000 metros de altitude, talvez haja apenas 2.500 partículas de pó, pólen e assim por diante. Compare isso com o ar em cidades grandes, onde o mesmo espaço de ar pode conter até 150.000 dessas partículas! Isso explica por que observatórios modernos muitas vezes são construídos em montanhas onde o ar puro e seco proporciona condições ideais para a observação astronômica.

É claro que as montanhas não são tão hospitaleiras em altitudes mais elevadas, em que a pressão atmosférica e os níveis de oxigênio baixam, a radiação solar aumenta e ventos fortes causam a queda das temperaturas. É surpreendente, mesmo nessas circunstâncias, que certas formas de vida ainda se desenvolvam resistentemente. Veja, por exemplo, a pequenina aranha papa-mosca. Esse habitante das montanhas sente-se em casa no Himalaia, a bem mais de 6.000 metros de altitude! Como essa criatura sobrevive é algo que não está totalmente claro para os cientistas

As montanhas exercem forte influência sobre a humanidade. Se olhar num mapa-múndi notará que os Pireneus, com picos que chegam a 3.000 metros de altitude, separam a Espanha da França e do resto da Europa. Notará também que muitas outras fronteiras políticas são traçadas ao longo de enormes cadeias de montanhas. Essas barreiras imóveis restringem viagens e o comércio entre povos de idiomas e costumes diferentes. Por isso, a presença de montanhas provavelmente exerce uma influência modificadora no formato e tamanho de muitos países, nas línguas faladas e nos costumes desses países.

Montanhas altas também interrompem o fluxo do vento, o que pode exercer forte influência nos ciclos da chuva, neve, vento e temperatura. Isso, por sua vez, afeta a variedade de alimentos à nossa disposição, o tipo de roupas que usamos e talvez até a arquitetura da nossa casa.
Por exemplo, o Kuen-Luen, o Tien-Chan, o Hindu Kuch, o Himalaia e outras cordilheiras na Ásia Central estendem-se de leste a oeste. Esses gigantes silenciosos barram os ventos frios e secos que descem da Sibéria e os ventos quentes e úmidos que sobem do oceano Índico. Por isso, o clima ao norte dessas montanhas é inteiramente diferente do clima ao sul, o que afeta a vida de milhões de pessoas.

Para muitos, falar em montanhas faz lembrar os Alpes europeus. O esplendor dos Alpes é realmente de tirar o fôlego, com seus cumes cobertos de gelo, suas encostas nevadas, seus vales e lagos, suas campinas.
Montanhas íngremes — como as que se encontram em Guilin, na China — talvez não pareçam tão espetaculares como os Alpes, mas possuem uma beleza única. Ao longo do rio Li, fileiras e mais fileiras de abruptas formações calcárias impressionam os visitantes com sua beleza.

A Cordilheira dos Andes é a maior cadeia de montanhas do mundo em comprimento. Possui 8.000 Km de extensão aproximadamente. No Peru, a cordilheira dos Andes passa pelo meio do seu território dividindo o país, havendo no oeste uma região costeira, árida, e no leste uma luxuriante selva quente e úmida. Nesta cordilheira vive mais de um terço dos 27 milhões de habitantes do Peru. Moram ou nos planaltos e nas ladeiras íngremes dos Andes, ou nos desfiladeiros aparentemente sem fundo e nos vales férteis daquela cadeia de montanhas. Os milhões de pessoas que vivem ali ficam um pouco isolados, praticamente alheios ao que se passa fora do seu território.

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