quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Montanhas - magníficas e indispensáveis

"Escale as montanhas e descubra o que pode aprender delas. A paz da natureza penetrará em você assim como a luz do sol penetra nas árvores. Os ventos soprarão em você seu frescor e poderá sentir a energia das tempestades; as preocupações irão embora, assim como as folhas de outono." - John Muir, escritor e naturalista americano.
As montanhas mexem com nossos sentimentos. Transmitem grandiosidade, poder; ao mesmo tempo que nos tranquilizam com sua paz. Elas nos atraem. Milhões de pessoas as procuram para apreciar a vista e levantar o ânimo. Cobrem grande parte da superfície terrestre. As montanhas são muito mais do que um bonito plano de fundo. Metade da população mundial depende de seus recursos para sobreviver, e nelas vivem milhões de pessoas.

As nascentes dos maiores rios e as fontes que fornecem água para a maioria dos reservatórios encontram-se nas montanhas. Praticamente toda a água do extraordinário rio Colorado e do rio Grande, na América do Norte, vem das montanhas Rochosas. Cerca da metade da população mundial vive no sul e no leste da Ásia, e a maioria dessas pessoas depende das chuvas que caem nas enormes cadeias de montanhas das regiões do Himalaia, do Karakoram, de Pamir e do Tibete.
Em muitos países, as montanhas retêm a neve do inverno, liberando lentamente sua umidade vital durante a primavera e o verão. Nas regiões secas do mundo, a irrigação geralmente depende da água proveniente da neve derretida nas montanhas distantes. Muitas montanhas têm encostas cobertas de florestas que absorvem a água da chuva como se fossem uma esponja, fazendo-a correr suavemente montanha abaixo em direção aos rios, em vez de causar enxurradas devastadoras.


As montanhas também conservam a beleza natural. Nelas podem ser encontradas deslumbrantes cataratas, belos lagos e grande parte dos cenários mais impressionantes do mundo. E são os lugares mais procurados pelos turistas.
Até mesmo parques nacionais distantes recebem milhões de visitantes de todas as partes do mundo. As pessoas atravessam o planeta a fim de visitar o Parque Nacional Denali, no Alasca, para ver o Monte McKinley, a montanha mais alta da América do Norte. Muitos visitam o vale da Grande Fenda para se maravilhar com os imponentes montes Kilimanjaro e Meru, ou para observar as enormes manadas de animais selvagens que vivem entre esses dois picos majestosos.


Em questão de altitude o monte Everest é a vedete, com 8.848 metros — um monumento de 8,8 quilômetros de altitude.E esse pico é apenas uma pequena parte do magnífico Himalaia. Com mais de 70 picos que chegam, cada um deles, a estonteantes 6.400 metros de altitude, essa cordilheira é duas vezes maior do que os Alpes, na Europa!



experimentou a sensação estimulante de inalar o fresco e revigorante ar das montanhas? A baixa temperatura do ar é um fator que explica essa sensação. Mas, quando não há cidades nas proximidades, o ar das montanhas também pode ser mais límpido e mais puro. Em cada centímetro cúbico de ar, a 2.000 metros de altitude, talvez haja apenas 2.500 partículas de pó, pólen e assim por diante. Compare isso com o ar em cidades grandes, onde o mesmo espaço de ar pode conter até 150.000 dessas partículas! Isso explica por que observatórios modernos muitas vezes são construídos em montanhas onde o ar puro e seco proporciona condições ideais para a observação astronômica.



É claro que as montanhas não são tão hospitaleiras em altitudes mais elevadas, em que a pressão atmosférica e os níveis de oxigênio baixam, a radiação solar aumenta e ventos fortes causam a queda das temperaturas. É surpreendente, mesmo nessas circunstâncias, que certas formas de vida ainda se desenvolvam resistentemente. Veja, por exemplo, a pequenina aranha papa-mosca. Esse habitante das montanhas sente-se em casa no Himalaia, a bem mais de 6.000 metros de altitude! Como essa criatura sobrevive é algo que não está totalmente claro para os cientistas


As montanhas exercem forte influência sobre a humanidade. Se olhar num mapa-múndi notará que os Pireneus, com picos que chegam a 3.000 metros de altitude, separam a Espanha da França e do resto da Europa. Notará também que muitas outras fronteiras políticas são traçadas ao longo de enormes cadeias de montanhas. Essas barreiras imóveis restringem viagens e o comércio entre povos de idiomas e costumes diferentes. Por isso, a presença de montanhas provavelmente exerce uma influência modificadora no formato e tamanho de muitos países, nas línguas faladas e nos costumes desses países.


Montanhas altas também interrompem o fluxo do vento, o que pode exercer forte influência nos ciclos da chuva, neve, vento e temperatura. Isso, por sua vez, afeta a variedade de alimentos à nossa disposição, o tipo de roupas que usamos e talvez até a arquitetura da nossa casa.
Por exemplo, o Kuen-Luen, o Tien-Chan, o Hindu Kuch, o Himalaia e outras cordilheiras na Ásia Central estendem-se de leste a oeste. Esses gigantes silenciosos barram os ventos frios e secos que descem da Sibéria e os ventos quentes e úmidos que sobem do oceano Índico. Por isso, o clima ao norte dessas montanhas é inteiramente diferente do clima ao sul, o que afeta a vida de milhões de pessoas.


Para muitos, falar em montanhas faz lembrar os Alpes europeus. O esplendor dos Alpes é realmente de tirar o fôlego, com seus cumes cobertos de gelo, suas encostas nevadas, seus vales e lagos, suas campinas.
Montanhas íngremes — como as que se encontram em Guilin, na China — talvez não pareçam tão espetaculares como os Alpes, mas possuem uma beleza única. Ao longo do rio Li, fileiras e mais fileiras de abruptas formações calcárias impressionam os visitantes com sua beleza.


A Cordilheira dos Andes é a maior cadeia de montanhas do mundo em comprimento. Possui 8.000 Km de extensão aproximadamente. No Peru, a cordilheira dos Andes passa pelo meio do seu território dividindo o país, havendo no oeste uma região costeira, árida, e no leste uma luxuriante selva quente e úmida. Nesta cordilheira vive mais de um terço dos 27 milhões de habitantes do Peru. Moram ou nos planaltos e nas ladeiras íngremes dos Andes, ou nos desfiladeiros aparentemente sem fundo e nos vales férteis daquela cadeia de montanhas. Os milhões de pessoas que vivem ali ficam um pouco isolados, praticamente alheios ao que se passa fora do seu território.

Quando paramos ao sopé de uma grande montanha e olhamos para cima nos sentimos pequenos, impotentes. A sua imponência nos enche de admiração e reverência.

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