terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

Como funciona o cérebro

O cérebro é a parte do corpo mais difícil de estudar. O fato de o carregarmos nesta ‘caixa’ sobre os ombros complica muito a pesquisa. Mas os cientistas dizem que já aprenderam muito sobre como o cérebro processa as informações fornecidas pelos cinco sentidos. Considere, por exemplo, a maneira como ele lida com os estímulos visuais






A luz atinge o olho e chega à retina, que consiste em três camadas de células no fundo do globo ocular. A luz penetra até a terceira camada onde existem dois tipos de células: os bastonetes, sensíveis à luminosidade, e os cones, que captam a luz de diferentes comprimentos de onda (correspondentes às cores vermelho, verde e azul). A luz decompõe pigmentos nessas células, que enviam um sinal às células na segunda camada e dali a outras células na camada superior. Os axônios dessas últimas se juntam para formar o nervo óptico.

Os milhões de neurônios do nervo óptico convergem para uma junção no cérebro conhecida como quiasma óptico. Ali os neurônios que transportam sinais vindos do lado esquerdo da retina tanto do olho direito como do esquerdo se juntam e seguem caminhos paralelos até o lado esquerdo do cérebro. Similarmente, sinais vindos do lado direito de cada retina se juntam e seguem até o lado direito do cérebro. Os impulsos chegam, a seguir, a uma estação de retransmissão no tálamo, e de lá os próximos neurônios passam os sinais para a região posterior do cérebro conhecida como córtex visual.

Diferentes componentes de informação visual trafegam em caminhos paralelos. Os pesquisadores sabem agora que o córtex visual primário, junto com uma região próxima, atuam como uma agência de correio fazendo a triagem, o direcionamento e a integração das várias informações trazidas pelos neurônios. Há uma terceira região que detecta o formato dos objetos (como as bordas) e os movimentos. A quarta região reconhece tanto o formato como a cor, ao passo que a quinta atualiza constantemente os mapas dos dados visuais para acompanhar os movimentos. Pesquisas atuais indicam que até 30 regiões no cérebro processam as informações visuais coletadas pelos olhos. Mas como é que elas se combinam para formar uma imagem? Como é que a mente “vê”?

 
Os olhos reúnem informações, mas evidentemente é o córtex que processa as informações recebidas pelo cérebro. Fotos tiradas com uma câmera revelam detalhes do cenário inteiro. Mas quando os olhos observam o mesmo cenário, a pessoa conscientemente se concentra apenas na parte em que focaliza a atenção. Como o cérebro faz isso ainda é um mistério. Alguns acham que é o resultado de uma integração gradativa de informações visuais nas chamadas zonas convergentes, que ajudam a pessoa a comparar o que vê com o que já conhece. Outros sugerem que às vezes a pessoa só não consegue ver algo claramente porque os neurônios que controlam a visão atenta não estão sendo acionados.

Seja como for, as dificuldades que os cientistas enfrentam para explicar como funciona a visão são insignificantes em comparação com os problemas envolvidos em determinar exatamente o que são a “consciência” e a “mente”. Técnicas como a ressonância magnética e a tomografia por emissão de pósitrons têm dado aos cientistas uma nova visão do cérebro humano. Observando o fluxo sanguíneo para certas regiões do cérebro durante o processo de pensar, concluíram com razoável certeza que aparentemente regiões diferentes do córtex ajudam a pessoa a ouvir, ver e pronunciar as palavras. Mas o fenômeno da mente, da consciência, é muito mais complexo do que se suspeitava. De fato, grande parte dos mistérios sobre o cérebro ainda não foram desvendados

quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Boi-moscado - o boi que fornece lã

Na tundra e nos campos de neve do Ártico sem árvores reside o boi que fornece segundo alguns crêem ser a lã mais fina do mundo, ultrapassando a do cabrito da Caxemira. Trata-se do boi-moscado, também chamado de boi polar. Os esquimós o chamam de outro nome, uming-maq, que quer dizer o “barbudo”, por causa de a pelagem castanha da cor de chocolate cair sobre seu corpo inteiro.

Mas, não é esta pelagem externa que é a fonte de tão ótima lã. O boi-moscado esconde, debaixo de seu casaco de pelos compridos, uma grossa roupa de baixo de lã primorosa e sedosa que é largada no verão setentrional.

É este casaco de baixo de lã que mantém impermeável o boi-moscado diante do extremo frio hibernal de seu habitat setentrional. Assim, muito embora a temperatura de seu corpo sempre permaneça em torno dos 37,8 graus centígrados, nenhuma parte deste calor escapa para derreter a neve quando ele se deita.

                       
 
Boi-moscado tem pescoço curto e cabeça grande, e talvez chegue a pesar mais de 360 quilos. Tem chifres maciços, de pontas aguçadas que se curvam para baixo e daí se recurvam para cima na ponta. As fêmeas e os filhotes também têm chifres, mas são de tamanho menor. Devido a estes formidáveis chifres, um explorador ártico chamou o boi-moscado de “o mais perigoso animal de caça do mundo”.

Embora o boi-moscado tenha pernas curtas e robustas, é ágil e corre mais do que um homem. Suas patas como que vestidas com meias brancas terminam em cascos partidos especialmente feitos para lhes darem firmeza quando sobem elevações rochosas. A beira do casco tem um fio agudo cortante, útil para escavar a neve rasa e congelada das encostas varridas pelo vento, a fim de alcançar a esparsa grama e as plantas rasteiras de que se alimenta.

O boi-moscado não é realmente um boi, mas é parente da camurça da Europa, e, assim, é um tipo de antílope. Diferente do almiscareiro, o boi-moscado não possui realmente glândulas especializadas de almíscar. Mas, na época do acasalamento, os machos soltam um odor parecido ao almíscar.


Como o boi-moscado sobrevive no rigoroso inverno do Ártico? Na Ilha Ellesmere, no alto Ártico não existe luz solar de novembro até fins de fevereiro. Interessante é que os olhos do boi-moscado estão equipados de uma abundância de grandes bastonetes sensoriais para a visão noturna. Por outro lado, para os longos dias do verão ártico, dispõe de óculos do sol embutidos! As pupilas de seus olhos, de formato retangular, podem fechar-se até ficarem a mais diminuta fenda, lembrando-nos dos óculos de sol, de madeira, com pequeníssimas fendas no centro que os esquimós certa vez faziam para proteger seus olhos contra a cegueira da neve.

Durante uma tempestade, uma manada de bois-moscados se junta, com os traseiros voltados para o vento, abrigando os filhotes dentro de uma cerca felpuda. Às vezes ficam juntos, de pé, por dias a fio, enquanto a tempestade assola, seus corpos maciços protegendo os filhotes.



Cada primavera setentrional, o boi-moscado começa a largar sua roupa de baixo lanosa em tão grande quantidade que os primeiros exploradores ficaram atônitos de ver os arbustos e folhagens da tundra abarrotados de massas do que pareciam ser fios delgados de teias de aranha. Tem-se chamado esta lã de “pelagem dourada do Ártico”.

Algumas autoridades acham que a pelagem do boi-moscado até mesmo excede a lã caxemira em qualidade. Apenas uns 115 gramas desta “pelagem dourada” são necessários para fazer um suéter leve como uma pluma, todavia, mantém um homem confortável até mesmo no tempo mais frio.



Seus tratadores lhes serviam maçãs, fazendo com que os animais metessem o focinho macio nas mãos do tratador, para ver se uma dessas guloseimas estava disponível. Quando surgiam cães, instintivamente os tomavam por lobos e, assim, formavam rapidamente sua defesa do tipo de “centro de resistência fortificado”. Às vezes o tratador se encontrava no centro, sendo “protegido” por aqueles a seus cuidados.

Quando um trenó puxado por um trator era usado para lhes trazer a ração, alguns dos mais jovens, cada um por sua vez, pulavam sobre o trenó e tomavam “carona” até que outro animal o empurrasse dali. Em uma brincadeira, um animal corpulento se apossava do alto dum montículo, desafiando seus colegas de folguedo a expulsá-lo de lá. Aquele que o fazia era o “monarca” do montículo até que ele, por sua vez, era destronado!



Até mesmo crianças podem montar neste habitante amigável da tundra ártica; o animal aprendeu a confiar inteiramente no homem. Os que tem experiência em lidar com tais criaturas as mencionam como tendo “a personalidade mais cativante do reino animal”, ao se empenharem arteiramente em abrir portas, abrir trancas e até batendo carteiras dos homens. Semelhantes a ovelhas, ouvem a voz do tratador quando são chamados por seu nome pessoal! Ao invés de serem o “mais perigoso animal de caça do mundo”, estes portadores de pelagem provaram ser animais afetuosos do Ártico.
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