terça-feira, 23 de março de 2010

A vida no mundo dos oceanos


O oceano é verdadeiro reservatório de vida. Não só a sua superfície ocupa mais de 70 por cento da área terrestre, mas sua tremenda profundeza, tendo em média bem mais de três quilômetros, o torna um mundo de enorme capacidade, tendo muitos níveis por todo o seu domínio.



Encontra-se vida em qualquer parte do oceano, em qualquer profundidade. Ao longo de suas praias, pulula de vida intensamente ativa. Num nível inferior, na plataforma continental, a vida também é muito ativa. Mais para fora, nos altos mares, a maior parte da vida existe nos níveis mais superiores, próximos à superfície. Mas, mesmo nas profundezas abissais das mais profundas fossas há vida, realizando sua parte no sistema ecológico do oceano.

Obviamente os incontáveis bilhões de animais marinhos exigem espantosa quantidade de alimento. Você já pensou de onde os seres dos oceanos tiram o seu alimento? Embora haja grandes quantidades de algas marinhas, tais como no Mar de Sargaços, não é de jeito nenhum a principal fonte alimentar. As algas marinhas cumprem pequeníssima parte. Na realidade, mais de 90 por cento da matéria orgânica básica que edifica e nutre toda vida marinha é sintetizada nas camadas iluminadas dos altos mares pelas muitas variedades de “fitoplancto”.


Os fitoplanctos são plantas microscópicas que flutuam perto da superfície, onde podem utilizar a luz solar. Precisam ter luz para efetuar seu trabalho e viver, exatamente como a maioria das plantas terrestres necessitam da luz solar. Os fitoplanctos fabricam alimento pela fotossíntese, processo que utiliza energia da luz solar para converter os nutrientes minerais do oceano em alimento. Isto é vital para os animais, visto não poderem sintetizar seu próprio alimento.



Assim, da mesma forma que a vegetação terrestre fornece alimento básico para todos os animais terrestres, a vida vegetal constitui o alicerce alimentar dos habitantes dos oceanos






Grandes camadas de fitoplanctos vagueiam pelos oceanos, usualmente sendo mais densas onde “upwellings” (ressurgências) trazem nutrientes minerais do leito oceânico, ou onde correntes transportam tal alimento. Os principais comedores do fitoplancto são pequenos animais chamados “zooplanctos”. Estes mergulham abaixo da superfície a uma profundidade, de 300 a 1.200 metros, durante o dia, e sobem de novo à noite para empenhar-se numa frenética alimentação. Outros pequenos peixes que comem o fitoplancto, e alguns que comem o zooplancto, acompanham este exército migratório, todos juntos formando o que é conhecido como “deep scattering layer” (profunda camada de espalhamento). Tão grossa é que, nos primeiros tempos do uso de sonares medidores de profundidades, esta camada era frequentemente confundida com o leito do oceano, resultando em inexatidões nas cartas do leito dos oceanos. Durante o tempo de guerra, submarinos se abrigavam abaixo da “deep scattering layer”, ficando a salvo de ser detectados pelo sonar dos destróieres.










Os “néctons” (significando “nadadores”) comem os zooplanctos. Estes predadores incluem milhares de variedades de peixes. Na “pirâmide” alimentar, cerca de 1.000 quilos de plantas oceânicas (a base na pirâmide) sustentam 100 quilos de animais que comem plantas (a próxima camada da pirâmide). Estes, por sua vez, produzem 10 quilos de animais marinhos que comem carne. Por fim, 10 quilos de peixe constituirão cerca de um quilo de carne humana. Para suprir o mercado de 10 quilos de peixe, portanto, é preciso que o oceano forneça 1.000 quilos de “forragem” microscópica de plancto.









Pode-se ter alguma idéia da monumental tarefa realizada pelo oceano em produzir alimento quando consideramos que as focas que usam as Ilhas Pribilof no Mar de Bering como local de reprodução — somente tais focas — consomem cerca de três e meio bilhões de toneladas de peixes por ano. Que fonte abundante de alimento é o oceano.





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